A forma como você paga, recebe e realiza transferências vai mudar a partir do mês de novembro. Quem utiliza o aplicativo do banco já deve ter recebido notificações para cadastrar uma “chave PIX”, mas o que seria isto? O PIX é um sistema de transferência de recursos entre contas correntes de diferentes bancos. Trata-se de um substituto do DOC e da TED.
Mas quais seriam os efeitos no dia a dia de um cidadão? O professor do curso de Gestão Financeira do UniFavip, Ricardo Galvão, tira essa e outras dúvidas sobre este assunto, que é um dos mais abordados do momento. Confira abaixo.
1. As chaves PIX – Sua conta bancária terá um “apelido”.
A chave PIX é uma espécie de “apelido” para sua conta corrente. Ao invés de informar o código do banco, o número da agência, o número da conta e o CPF (ou CNPJ) para receber recursos, basta informar o “apelido” da sua conta, ou seja, a chave PIX. A chave pode ser o seu número de telefone, opção excelente para quem vende via WhatsApp ou recebe recursos de conhecidos; o seu endereço de e-mail, opção boa para quem vende online; ou até o seu CPF ou CNPJ, excelente por estar estampado na nota fiscal. Também é possível criar uma chave aleatória de 32 dígitos, mas se trata de algo menos prático.
2. Adeus boletos!
Transferências via PIX poderão ter mensagens anexas, então dará para informar ao recebedor do que se trata a transferência, seja o pagamento da mesada dos filhos, seja sua parte da conta do bar ou qualquer outra informação. Neste mesmo campo no qual será possível enviar uma mensagem, será ainda mais útil identificar o pagamento que estamos fazendo. Imagine enviar o código da compra realizada em uma loja virtual, o número do contrato de energia elétrica e o mês que está sendo pago ou até os dados de uma guia de recolhimento do INSS. Simplificando, boletos não serão mais necessários, uma vez que o PIX permite ao credor identificar quem está pagando e do que trata o pagamento instantaneamente.
3. Velocidade
A transferência via PIX ocorrerá em, no máximo, dez segundos. A estimativa é que o tempo médio fique em torno de quatro segundos apenas (as TEDs duram mais de dez minutos em média para confirmação), então chega de apreensão enquanto a confirmação da transferência não ocorre (quem já fez TEDs de elevado valor sabe bem a aflição até a conclusão do procedimento).
4. Custo
Vários bancos já informaram que não cobrarão para transferir recursos via PIX. Alguns bancos hoje cobram mais de dez reais por TED.
5. O fim do hábito de preencher dados bancários
Na prática, o recebedor criará o que chamamos de QR-Code, que é um código de barras quadrado, com todas as informações da transferência e a câmera do celular de quem for transferir identificará as informações, evitando erros de digitação. O mesmo se aplica às contas que recebemos em casa. Atenção: confira os dados no seu aplicativo antes de confirmar o envio de recursos, principalmente o valor.
6. A função débito mais barata
Será possível, mas não mais necessário utilizar os cartões na função débito, bastando uma transferência PIX a custo baixíssimo para comprar ou vender à vista. Por ser quase instantânea, será possível pagar uma eventual compra em supermercado, lanchonete ou restaurante via transferência.
7. A portabilidade chegou ao sistema financeiro
Será possível transferir a chave PIX de um banco para outro, procedimento conhecido como portabilidade da chave. Desta forma, você poderá mudar quantas vezes quiser de banco sem precisar informar aos clientes sobre os novos dados (algo parecido com a portabilidade do número de telefone).
Conclusão
Muitos dos procedimentos do dia a dia irão mudar para melhor. Não esqueça de cadastrar uma chave para cada conta corrente e aproveitar as melhores oportunidades oferecidas pelas instituições financeiras, tais como sorteios para quem começar a utilizar o sistema ainda em novembro e para quem cadastrar as chaves antes do prazo de início das operações.
A expectativa com a adoção do sistema é praticamente eliminar a utilização das cédulas nas transações bancárias, além de “bancarizar” dezenas de milhões de brasileiros que estão à margem do sistema financeiro como conhecemos, permitindo que tenham acesso a crédito e a aplicações financeiras.